Considerado como um dos mais belos do mundo, o Café Majestic é um espaço requintado marcado pela Arte Nova e que nos últimos anos, tem vindo a colecionar prémios, sendo várias vezes classificado como um dos 10 mais belos cafés do mundo. Estas distinções valem o que valem, mas o que é certo é que este é um espaço identitário do Porto, de grande valor histórico e patrimonial para a cidade.
Este é mais um dos artigos que podes encontrar na nossa secção de “História e Monumentos do Porto”, onde contamos em pormenor a história dos monumentos e a vida das principais figuras que marcaram a cidade e também figura na nossa outra secção “Comida e Bebida”.
História do Café Majestic no Porto
Início do Café
Em pleno periodo da Belle Époque, o Café Majestic abriu portas a 17 de Dezembro de 1921 com o nome de Elite, mas logo no ano seguinte, no dia 2 de Dezembro de 1922 seria rebatizado de Majestic.
Como o próprio nome indica, se pretendia algo majestoso e este não foi um projeto fácil, até porque o país se encontrava mergulhado numa profunda crise financeira decorrente ainda da Primeira Guerra Mundial. Estava assim concretizado o sonho de uma sociedade com cerca de uma dezena de sócios, de ter um café requintado no Porto, à semelhança de estabelecimentos do género que existiam nas grandes cidades europeias.
O lugar escolhido, a rua de Santa Catarina, não foi por acaso. Era também ela uma rua requintada, frequentada pela elite da cidade, onde se encontravam vários dos principais estabelecimentos comerciais da cidade, como o Grande Hotel do Porto.
O Majestic surpreendeu a cidade não apenas pelo investimento em um período de crise financeira, mas também pela beleza do espaço, tornando-se imediatamente um local de referência. Os jornais da época elogiaram o ambiente artístico e destacaram que era um café para famílias, onde as senhoras podiam frequentar, o que para a época não era de todo algo comum dizer-se dos cafés.
Declínio do Café
Após ter dominado completamente o panorama dos cafés na Cidade do Porto ao longo das décadas de 20 e 30 do século 20, o Majestic começa a enfrentar desafios a partir do início da década de 40. A competição de outros estabelecimentos prestigiosos, como o Café Palladium, considerado o maior da Península Ibérica, retira o destaque de que o Café Majestic usufruia nas décadas anteriores.
A partir dos anos 40, o Majestic fortalece sua estreita ligação com a esfera intelectual e artística da cidade, transformando-se em um ponto de encontro para professores e estudantes de Belas Artes, e local de reunião para resistir à ditadura. Como resultado, torna-se alvo da polícia política, a PIDE, que busca conhecer as discussões dos frequentadores.
A decadência do café agrava-se a partir dos anos 50, devido em grande parte à gestão fragmentada com muitos sócios (nenhum dos quais detinha mais de 10% de participação), e à perda de população do centro da cidade. Este último fator leva inclusivamente ao encerramento do seu “grande rival”, o café Palladium.
Curiosidade: Em 1955, destaque para a visita do Presidente brasileiro da época, Juscelino Kubitschek, que elogia o Majestic não só pela sua beleza, mas também pelos seus maravilhosos doces.
Nova Vida do Café Majestic
O Café Majestic ganha nova vida quando Agostinho Barrias adquire o café e ele e a sua esposa passam a ser os principais acionistas. Os dois vão empenhar-se não só a tornar o café num projeto viável, mas também a devolver-lhe o seu esplendor original. Durante cerca de um ano, as portas do Majestic irão ser encerradas ao público e em 1994, reabrirão majestosamente como era na sua origem.
Para além disto, a nível de gestão, o café sofre transformações importantes: já não oferece apenas um simples serviço de restauração, para passar a oferecer concertos, conferências, lançamentos de livros e exposições dentro do café.
Hoje em dia, é quase impensável pensar no café Majestic na sua fase mais decadente, já que esta é uma das principais atrações turísticas do Porto. O café não é apenas um dos mais belos do mundo, mas está também profundamente ligado às características do Porto cosmopolita até ao Porto tradicional. Um local obrigatório para todos os visitantes da cidade, sejam eles anónimos, famosos, artistas ou escritores como a famosa J.K. Rowling.
J.K.Rowling escreveu no café Majestic?
Resposta curta e simples: Sim e confirmou isso mesmo num tweet.
Para saber mais sobre J.K.Rowling e a sua vida no Porto e tudo relacionado com Harry Potter na cidade, temos um artigo no blog super completo sobre esse tema.
Outras Perguntas Frequentes
Vale a pena visitar o Café Majestic?
Apesar de hoje em dia este ser um café quase impossível de frequentar para a grande maioria dos portugueses devido aos seus preços exorbitantes, acho que se estás de visita pela cidade (ainda para mais se for a tua primeira vez aqui) e aprecias tomar algo em lugares bonitos, este é um lugar que recomendamos, sem dúvida pela sua inegável beleza.
Onde está localizado o Café Majestic?
Na Rua de Santa Catarina, 112 4000-450 Porto
Quanto custa comer no Café Majestic?
Depende sempre do que quiseres comer, por isso o melhor que podes fazer é consultar o site do Café e ver o menu atual.
Espero que tenhas gostado deste artigo e se quiseres continuar a explorar mais sobre a História e Monumentos do Porto, confere todos os nossos artigos aqui.
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